O coronavírus chegou ao Brasil e a bolsa caiu! Até onde esta frase tão repetida nos últimos dias é verdadeira?
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E neste artigo você tem um apanhado sobre os motivos, além do coronavírus para a queda da bolsa.
O que os coronavírus têm a ver com a queda bolsa de valores?
Para entender qualquer movimentação na bolsa e outros investimentos é necessário compreender mais do que apenas números. Demanda assimilar os fundamentos econômicos, bem como os possíveis impactos por situações externas.
O coronavírus surgiu em um país que está entre as maiores economias mundiais. Esse fato, por si só, já oferece um comprometimento na economia de vários países que mantém negociações com a China.
Logo após o anúncio do vírus, algumas empresas brasileiras que dependem do mercado da China, já começaram a sentir o impacto da doença em seus resultados.
Para se ter ideia, o primeiro caso do novo coronavírus foi anunciado no dia 24 de janeiro, e já no dia 28 algumas empresas previam consequências negativas da propagação do vírus em seus números.
A preocupação foi observada principalmente em empresas de commodities, pois a epidemia afeta as cadeias de suprimentos e suspende produções. E é fácil entender o porquê, afinal, em novembro de 2019 a China ampliou sua importação de petróleo, minério de ferro e cobre. Agora, todas as empresas fornecedoras dessas commodities sentem o impacto do coronavírus.
Além de afetar diretamente as indústrias de commodities, a diminuição da expectativa de crescimento acontece para várias outras empresas, como as companhias aéreas que transportam pessoas e suprimentos entre países, por exemplo.
As pessoas ficam mais cautelosas em momentos assim e diminuem o consumo, o que impacta na receita final das empresas. Consequentemente, percebemos também a influência negativa na expectativa de crescimento das economias ou seja, do PIB – Produto Interno Bruto.
Baixa confiança na capacidade da empresa crescer em momentos como esse incentiva a venda das ações. Quando o número de ações sendo vendidas é maior que o número de ações que sendo compradas o valor do ativo diminui.
Este movimento aconteceu em várias empresas ao mesmo tempo e, no dia 26 de fevereiro, a Bovespa caiu 7% como resultado.
Nem tudo é culpa do coronavírus!
Existe sim uma relação entre a queda da bolsa e o coronavírus, no entanto, seria injusto afirmar que este resultado tenha sido apenas por esse motivo.
Vários países sentiram a desvalorização, no entanto, ao comparar a bolsa brasileira em dólares (ou seja, o valor da bolsa brasileira dividida pelo valor do dólar), o resultado é de uma queda de 20%, bem superior a bolsas de outros países. O índice do México e da Espanha, por exemplo, caíram cerca de 10%.
Ou seja, além da chegada do coronavírus, existe outro fator que contribuiu para essa queda tão significativa da Bovespa.
E este fator é a falta de confiança!
O mercado é movido por expectativa e confiança. O que vimos acontecer nas últimas semanas, a queda de 7% da bolsa em apenas um dia e mais dias com quedas de mais de 5%, é claramente uma consequência da diminuição da confiança nas empresas.
O funcionamento do mercado pode ser divido em 3 partes:
Investimento – Risco – Retorno
Ao fazer um investimento você corre um risco e abre mão daquele capital, ou seja, fica mais pobre por um tempo com a confiança de obter um retorno e conseguir aumentar sua riqueza. Porém, se algo der errado, a confiança se fragiliza e o investidor corre o risco de, além de não construir mais riqueza, perder parte ou todo o seu capital.
A conta é simples. Quando o risco é maior, a confiança é menor, consequentemente o investimento na economia também.
Por outro lado, quando há confiança, as pessoas investem mais. Assim, a diminuição do RISCO serve de estímulo ao investimento. Afinal, maior número de pessoas passam a ter confiança na possibilidade de ficarem ricas no futuro.
Essa falta de confiança no mercado Brasileiro já tem sido percebida desde maio de 2019, quando o Brasil saiu do ranking de confiança para investimento estrangeiro. O país fazia parte deste ranking desde 1998.
Além disso, em junho do ano passado, o FMI publicou que o Índice de incerteza no Brasil é o mais alto da história.
Cada vez mais o que vemos no Brasil é a volubilidade da bolsa. Uma queda de 7% em um dia é um resultado de muita incerteza e pouca previsibilidade no mercado.
Coronavírus e queda da bolsa
De fato, o maior impacto do coronavírus na economia, é a desaceleração da economia na China e no mundo. É verdade que a epidemia influenciou os resultados da bolsa nos últimos dias, no entanto, este resultado da queda da bolsa brasileira em dólares de quase 20% desde o início do ano, não é consequência apenas do coronavírus.
Este resultado também pode ter relação com a falta de confiança no país, resultado das incertezas tanto políticas, quanto econômicas.
Esta semana também foi divulgado um crescimento do PIB menor que o esperado. Todas estes índices externos e internos interferem na confiança para investir na bolsa.
O governo tem adotado algumas medidas, como a baixa de juros, para conter a paralisia da atividade econômica, no entanto isso não é suficiente para restabelecer a confiança.
Em um país que tem apresentado cada vez mais instabilidade, as pessoas precisam buscar possibilidades de se proteger financeiramente nos próximos anos.
Para os próximos meses a perspectiva sobre a economia e política brasileira vai ter que mudar para atrair quem está de fora, apenas observando, ou estas iniciativas realizadas pelo governo não serão suficientes para promover o investimento no país.
É como a frase atribuída a John Heywood “você pode muito bem levar o cavalo até a água, mas não pode obrigá-lo a bebê-la.”
Em momentos como este é preciso conhecimento para se blindar das incertezas e fazer a escolha mais acertada.
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Forte abraço,
Equipe Edu Moreira
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Eduardo Moreira
Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.
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