O Fluxo Circular de Renda é um modelo de funcionamento básico da economia. Esse modelo descreve as engrenagens da economia através do fluxo de dinheiro e de bens e serviços e a relação dos agentes: as famílias, empresas, governo e sistema financeiro, por exemplo.
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Confira a representação gráfica do Fluxo Circular da Renda simples abaixo:
O Fluxo Circular de Renda sustenta a ideia de que a economia é feita através de trocas, que são subdividas em dois mercados:
Mercado de bens e serviços: as empresas ofertam produtos e serviços necessários para as famílias25, que compram esses bens, gerando renda para a empresa;
Mercado de fatores de produção: tudo aquilo que pode gerar produção, como o trabalho, terra ou capital, oferecidos pelas famílias, que são contratados ou adquiridos pelas empresas.
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É possível analisar o Fluxo Circular de Renda por duas óticas: o fluxo real e o fluxo monetário. Para isso, é preciso ter em mente que o objetivo dos dois agentes econômicos descritos no modelo acima é buscar renda para alcançar metas.
Sendo assim, podemos explicar os pontos de vista da seguinte forma:
Fluxo Circular de Renda Real:
O fluxo real é associado ao mercado de fatores de produção, onde as famílias vendem sua mão de obra, alugam suas terras ou disponibilizam seu capital para gerar insumo de produção para as empresas em troca de renda. Neste fluxo não importam os valores das transações, mas sim o que está sendo objeto de troca.
Os fatores envolvidos são: oferta de bens e serviços; demanda de fatores de produção; oferta de fatores de produção (terra, trabalho ou capital); demanda por bens e serviços.
Fluxo Circular de Renda Monetário:
O fluxo monetário está associado ao mercado de bens e serviços, onde os serviços e produtos vendidos pelas empresas são consumidos pelas famílias e pagos com a renda que adquiriram através do mercado de fatores de produção. Ou seja, é preciso representar os valores sobre as transações.
Os fatores envolvidos são: despesas; receitas das empresas; pagamento de fatores de produção e receitas das famílias.
Hipóteses do modelo de Fluxo Circular de Renda
O primeiro fluxo circular de renda ilustrava as relações de circulação de mercadorias e distribuição da produção agrícola, em 1730. A economia atual é muito mais complexa do que a apresentada neste modelo, como sabemos. Boa parte da renda das famílias não é destinada ao consumo, mas sim ao pagamento de impostos, por exemplo. Por isso, economistas assumiram uma série de hipóteses para chegar ao modelo. São elas:
- Economia fechada (quando um país possui pouca ou nenhuma interação econômica com outros);
- Economia sem governo;
- Únicos agentes econômicos são firmas e famílias;
- Economia é composta apenas por mercado de bens e serviços e de fatores de produção;
- Empresas geram bens e serviços através do emprego de fatores de produção ofertados pelas famílias;
- Famílias consomem das firmas, o que gera a receita das empresas.
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François Quesnay, Karl Marx e John Keynes aprimoraram o modelo, e hoje temos um diagrama que descreve cinco setores econômicos:
- Setor doméstico: famílias e indivíduos;
- Setor produtivo: empresas da indústria, comércio e serviços;
- Setor financeiro: bancos e intermediários não bancários que atuam com crédito;
- Setor governamental: atividades econômicas dos governos local, estadual e federal;
- Setor externo (resto do setor mundial): agentes do modelo de economia aberta (globalizada).
A importância do Fluxo Circular de Renda
A partir do Fluxo Circular de Renda é possível entender a dinâmica de mercado de uma nação e avaliar o impacto dos investimentos públicos e exportações, também chamados de injeções, e do pagamento de impostos, poupança e importações, chamados de vazamentos. Em resumo, quando os vazamentos são iguais às injeções, significa que a economia está em estado de equilíbrio.
Assim, o modelo é utilizado para mensurar a riqueza produzida no país e sua distribuição:
- a soma de todos os bens e serviços produzidos resultam no Produto Interno Bruto (PIB);
- a soma dos fatores de produção como salários, juros, aluguéis e lucros é a renda;
- e o total de consumo, investimentos, gastos governamentais e exportações realizadas pelo país são as despesas.
Outra importância do fluxo circular de renda é demonstrar como funciona a retroalimentação econômica entre empresas e famílias, provando o papel essencial dos trabalhadores para a saúde econômica.
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Equipe Edu Moreira
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Eduardo Moreira
Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.
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