15 de outubro de 2018

Por que os brasileiros se endividam cada vez mais

Por que os brasileiros se endividam cada vez mais

O brasileiro tem uma fama um tanto diferente e até um pouco assustadora: a de endividado. Até a banda Mamonas Assassinas ilustrou isso ao dizer “minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia”. Por que os brasileiros se endividam cada vez mais? Te explicamos.

De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de inadimplentes subiu no Brasil e já soma, aproximadamente, 62,9 milhões de pessoas.

Esse número mostra que 41% da população está com o CPF restringido ou como costumamos ouvir, “com o nome sujo”.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice de famílias endividadas subiu para 60,7% em Setembro de 2018.

Apenas 13,3% das famílias se dizem muito endividadas, enquanto 23,8% disseram estar ‘mais ou menos’ e 23,5% declararam ter poucas dívidas.

O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso – e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, aumentou de 9,8% em agosto para 9,9% setembro de 2018.

O grande vilão dessa história é o cartão de crédito: 76,7%. Isso é: 8 em cada 10 brasileiros possuem dívidas com o cartão de crédito. Em segundo lugar ficam os carnês (14,6%) e logo atrás o financiamento de carro (10,2%).

Pesquisa endividados

Mas por que os brasileiros se endividam tanto?

Acreditamos que o principal motivo do endividamento é cultural, ou seja, é um comportamento enraizado na vida do brasileiro.

Por exemplo, quando queremos um bem, muitas vezes o mesmo é comprado de forma impulsiva, e as perguntas mais frequentes na mente desses consumidores são: “Em quantas parcelas consigo pagar isso?” ou “Quanto fica a parcela?”.

Isso não é natural em outros países. Em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, a pergunta mais comum é: “Se eu juntar X por mês, em quanto tempo eu consigo adquirir esse bem?”.

Ou seja, estamos acostumados a pagar coisas do passado, bens que já saciamos o desejo.

Outro fator importante a se levar em conta é que as famílias adquiram dívidas é o fato de possuírem uma composição de despesas extremamente apertada e sem reservas, ou seja, não há flexibilidade para nada.

Sendo assim, quando essa família precisa adquirir algo, o orçamento não permite que se pague à vista, e naturalmente o caminho são as dívidas.

Como vimos, um dos grandes vilões da saúde financeira das famílias brasileiras é o cartão de crédito. Com mais crédito, muitas pessoas adquiriram uma série de produtos e serviços sem gerenciar adequadamente seus fluxos de caixa pessoais.

Elas não levam em conta custos fixos como aluguel, energia, água, telefone, condomínio etc., e passam a pagar o tão falado “mínimo” dos cartões.

Consequentemente as dívidas se acumulam, de maneira que muitas pessoas recorrem a empréstimos para quitá-las – mais uma fonte de endividamento. Assim, parcela após parcela, muitas famílias vivem a sensação de se encontrarem numa verdadeira bola de neve financeira.

Como diminuir a produção de dívidas

Brasileiros se endividamO primeiro passo para diminuir a dívida é aceitar que você está endividado e que precisa se organizar. Anote tudo que compra a crédito, isso vai fazer diferença na medida em que você vai perceber onde está investindo seu dinheiro e o tamanho do crédito a pagar para frente.

Crie uma planilha de dívidas! Ela vai te ajudar a ter uma visão ampla de quanto e como o dinheiro está sendo gasto, além de gerar um controle maior da sua vida financeira. Clique aqui e veja uma planilha de gastos.

Pague suas contas em dia. Evite pagar encargos, juros, pois é um dinheiro que não tem volta, além de não agregar valor para você. Mas caso você já esteja com contas em atraso, negocie com seus credores, peça descontos, parcele e pague em dia.

Utilize o crédito para comprar produtos e serviços que vão fazer sentido na sua vida. Comprar a crédito apenas por impulso pode trazer arrependimento.

Fuja das dívidas

É claro que criar uma dívida para comprar a casa própria não é uma dívida ruim. O ideal é que você fuja dessas que não te agregam em nada.

Dívidas Ruins:

– Consomem reservas e salários;

– Possuem juros abusivos;

– Produtos ou bens que perdem valor ao longo do tempo;

– Geram Passivos;

– Em resumo, uma máquina de sugar dinheiro.

Dívidas Boas:

– Aumentam as suas reservas;

– Por mais que tenham juros a sua rentabilidade passa a ser maior;

– Produtos ou bens que estão em valorização, superando os juros e inflação;

– Se transformam em ativos geradores de renda.

É muito importante se planejar financeiramente antes de tomar qualquer atitude. Veja se a dívida que está prestes a contrair é boa ou ruim e qual o percentual da sua renda líquida ela vai precisar, além de fugir dos juros abusivos.

Um exercício que podemos fazer todos os meses é avaliarmos as dívidas que temos, em relação às linhas de crédito que temos no mercado, e quando vemos uma oportunidade, eliminamos as dívidas mais caras, por uma mais barata.

Quais tem sido seus maiores pecados em relação às finanças? Conte para nós!

CLIQUE AQUI para conhecer o Programa Mente Rica!

Equipe Eduardo Moreira

Eduardo Moreira
Eduardo Moreira

Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.

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