3 de agosto de 2020

6 dicas para quem quer começar a investir

6 dicas para quem quer começar a investir

Boa parte dos textos sobre educação financeira indicam as mesmas coisas: organizar, planejar e investir. Mas muitas pessoas não conseguem chegar neste último passo; travam por medo ou por não saber realmente como fazer. Como começar a investir?

Começar a investir é um processo que deve ser construído e acompanhado todos os dias. Assim, você terá excelentes resultados no futuro.

Ao pensar em como “fazer dinheiro”, o primeiro pensamento deve ser “preciso trabalhar cada vez mais”, porém, não é viável trabalhar 24h por dia, ininterruptamente. Por isso, começar a investir é uma decisão sábia para “fazer dinheiro”.

Afinal, investir nada mais é que colocar o dinheiro para trabalhar para você.

[lwptoc]

Use os juros a seu favor

Ao escutar a palavrinhajuros”, o brasileiro chega a se arrepiar todo. Logo pensa em como está perdendo dinheiro em suas várias prestações e contração de dívidas. Mas a verdade é que, ao investirmos,  nós utilizamos os juros a nosso favor.

Mesmo com os cortes da Taxa Selic, o Brasil segue sendo um dos países com a maior taxa de juros do mundo. A taxa Selic, como já falamos em outro texto, influencia nos investimentos, principalmente os mais conservadores, ou seja, os de menor risco.

Ela também tem outro lado bem perverso: quanto maior for o seu valor, maiores serão as taxas cobradas nas operações de crédito, como cheque especial, empréstimo pessoal, empréstimo consignado e etc.

Então, podemos dizer que a taxa Selic proporciona dois cenários bem distintos:

  • Um ótimo para quem deseja investir e aproveitar bons retornos com baixo risco;
  • Um negativo para quem está endividado ou precisa de dinheiro emprestado.

Entenda os riscos

Outra coisa que você, que vai começar a investir, precisa entender é que não existe investimento sem risco, mesmo que seja um investimento conservador.

Existem muitos riscos no mundo dos investimentos, você pode saber mais sobre eles aqui. Mas, neste artigo, vamos abordar dois riscos mais comuns em praticamente todos os investimentos.  

Risco de Liquidez: é associado ao tempo necessário para transformar um investimento em dinheiro no seu bolso.

A caderneta de poupança, por exemplo, tem uma alta liquidez porque o dinheiro está facilmente acessível. Pela sua característica de ser um investimento com alta liquidez, a caderneta de poupança é considerada um investimento sem risco de liquidez.

Risco de crédito: é o famoso risco de calote por parte da instituição financeira, ao não honrar seus compromissos com o investidor.

Acontece quando não ocorre o pagamento total ou parcial dos juros combinados, inicialmente, no momento da aplicação. Este risco é geralmente associado à quebra ou à falência da instituição financeira.

Todos os investimentos que serão listados neste artigo possuem esse risco. Também é bom lembrar que todas as pessoas que possuem seu dinheiro parado em conta corrente ou aplicado na caderneta de poupança estão sujeitas a ele.

Autoconhecimento

Antes de começar a investir, você precisa saber qual é o seu perfil de investidor e deixar muito claras as suas metas. Essas duas coisas são muito importantes para orientar as escolhas de produtos compatíveis com seus objetivos, de acordo com a sua tolerância a risco e as suas expectativas de investimento.

Tudo isso é para que você possa se sentir mais seguro no momento que for investir. Os perfis são:

Conservador: prioriza a segurança como ponto decisivo para as suas aplicações. O ideal é manter percentual maior da sua carteira de investimentos em produtos de baixo risco, mas pode investir uma pequena parcela em produtos que ofereçam níveis de riscos diferenciados, com objetivo de atingir ganhos no longo prazo.

Moderado: deseja segurança nos seus investimentos, mas também aceita investir em produtos com maior risco que podem proporcionar ganhos melhores no longo prazo. Diversificar é a estratégia indicada para os investimentos de clientes com esse perfil.

Arrojado: busca possibilidade de maiores ganhos no longo prazo, para isso aceita correr mais riscos. Para proteger seu patrimônio, o indicado é aplicar parte de seus investimentos em produtos de baixo risco.

Outra coisa que você precisa saber é o seu momento financeiro atual. Você está na fase de acumular, rentabilizar ou proteger capital? Essa resposta depende de quanto patrimônio você possui e quantos anos têm. 

Se você é jovem e ainda não possui patrimônio, significa que você precisa acumular. Nessa fase, o melhor a se fazer é começar a investir em alternativas mais acessíveis, como os títulos do Tesouro Direto e os Fundos de Investimentos, por exemplo.

Caso já seja um adulto estabilizado no mercado de trabalho, com uma boa renda e algum capital guardado, está na hora de buscar os melhores rendimentos a médio e longo prazo.

Como começar a investir

Agora que você já sabe qual é o seu perfil e que todo investimento tem riscos, separamos algumas dicas práticas para você começar a investir.

1. Escolha uma corretora de valores

Geralmente, as pessoas começam a investir por de indicações do seu gerente do banco, porém, os gerentes de banco recebem comissões por cada investimento que conseguem “vender” e, portanto, nem sempre fazem uma sugestão adequada ao cliente.

Contratar uma corretora, muitas vezes, sai mais barato do que investir por uma instituição bancária. Toda corretora tem que ter uma autorização prévia do Banco Central para vender títulos. Você pode conferir a lista completa aqui.

2. Investimento para iniciantes

A opção mais segura para quem está começando é a renda fixa. Basicamente, ela é um título de dívida emitido por uma instituição como, o governo ou bancos. Então, eles arrecadam o dinheiro dos investidores para financiar as suas atividades. Em troca, oferecem uma taxa de rentabilidade que, por sua vez, pode ser prefixada ou pós-fixada.

A primeira consiste em um rendimento fixo, ou seja, você investe e já sabe o quanto vai receber na data do vencimento. Um exemplo seria um título prefixado que paga 10% ao ano.

Independentemente das condições do mercado, os retornos serão os mesmos. A taxa pós-fixada é atrelada a um indexador da economia como o CDI, IPCA e a taxa Selic. Portanto, o rendimento é um percentual do indicador.

Exemplos de investimentos renda fixa são os Tesouros Diretos, a conhecida Caderneta de Poupança, Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Letra de Crédito de Agronegócio (LCA), Letra de Câmbio (LC) e o Certificado de Depósito Bancário (CDB).

3. Diversifique os investimentos

É muito importante não colocar todo o seu dinheiro em um investimento só, pois isso aumenta muito o risco. O ideal é que você tenha uma Carteira de Investimentos variada.

Existe a regra básica dos 25%, que é basicamente sempre ter pelo menos 25% do seu dinheiro aplicado em investimentos mais arriscados, desde que você não precise daquele dinheiro já nos próximos meses.

Investir é um ciclo: ganhar, poupar, investir. Caso uma dessas etapas falhe, o processo pode ficar comprometido. Porém, o mais importante é dar o primeiro passo para a sua independência financeira, sempre tendo em mente as palavrinhas mágicas: organização e planejamento. Boa sorte!

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Forte abraço,

Equipe Edu Moreira

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Eduardo Moreira
Eduardo Moreira

Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.

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