13 de abril de 2020

Hedge – O que isso significa?

Hedge – O que isso significa?

Hedge é uma operação financeira usada como estratégia de proteção para investimentos e negócios que estão sujeitos ao risco de mercado, ou seja, ao risco das oscilações de preço de determinados ativos e do câmbio.

A tradução do termo “hedge” significa proteção e é usado no mercado financeiro como uma estratégia que consiste em assumir uma posição de compra ou venda em um derivativo ou investimento para reduzir seu risco de volatilidade quando há muita exposição do investidor.

Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um outro ativo subjacente, taxa de referência ou índice. Esses ativos subjacentes podem ser físicos (como café, ouro, etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros, etc.), e podem ser negociados no mercado à vista ou futuro.

Ou seja, é uma operação que visa manter o equilíbrio dos investimentos.

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Como funciona o hedge na prática?

Uma operação de hedge não se preocupa com a obtenção de lucros ao fim da operação, mas sim com a garantia do preço de compra ou venda de determinado ativo ou mercadoria em data futura.

Essa operação pode ser comparada a um seguro, afinal, é uma estratégia utilizada quando o investidor acredita estar correndo risco de perda financeira.

Por exemplo, ao comprar um veículo geralmente as pessoas fazem um seguro, afinal o carro está exposto a uma série de eventos inesperados que podem ou não acontecer.

Hedge é uma proteção para seu dinheiro e pode ser comparada a um seguro de veículo.

Se o carro quebra ou acontece um acidente e o conserto do veículo custa R$ 8.000,00, o proprietário do veículo arca com a franquia de R$ 1.500,00 e a seguradora arca com os R$ 6.500,00 do custo restante.

Nesse caso, a contratação do seguro valeu a pena, afinal o proprietário não precisou desembolsar oito mil reais inesperadamente para consertar o carro. O custo foi de R$ 1.500,00 do conserto mais o valor do seguro – que nesse exemplo vamos considerar que foi de  R$ 2.800,00.

Por outro lado, pode ser que nunca aconteça nenhum acidente ou o carro não quebre e o seguro nunca seja acionado, nesse caso, o valor da contratação do seguro de R$ 2.800,00 foi um dinheiro gasto a mais para garantir a proteção.

Exemplo prático de hedge com investimento em ações

Suponha que a ação da Petrobras está R$12,00 e o investidor a compra acreditando na sua valorização. No entanto o investidor quer, em paralelo, se proteger de uma possível queda do preço desse papel. O mecanismo para essa proteção é o  hedge de contrato futuro.

Nesse caso, pode-se fazer uma operação vendendo ativos que representam a volatilidade do próprio mercado, como por exemplo um ETF como o BOVA11, que é um fundo de índice que segue a variação do Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira.

Caso o mercado venha a se desvalorizar e as ações da Petrobrás perca valor, o investidor estará protegido dessa desvalorização devido a sua posição “vendida” na operação com o BOVA11. Ou seja, o hedge protege parte do patrimônio, diminuindo a perda.

Exemplo prático de hedge para moeda estrangeira

Suponha que você irá comprar uma viagem para o Estados Unidos daqui a 6 meses e já sabe quanto irá gastar. Porém, você pagará a viagem em dólar só após 6 meses e tem receio que o real desvalorize até lá, pois se isso acontecer, a reserva que você possui hoje não será suficiente para quitar a viagem.

Então, para se proteger de uma possível alta do dólar, você pode fazer um hedge ao comprar contratos futuros de dólar na bolsa de valores, ou pode investir a reserva em um fundo cambial. Dessa maneira, caso o dólar se valorize, você poderá vender os contratos comprados lá e pagar sua viagem.

Hedge Cambial

Em épocas de crise é muito comum o uso de uma operação do mercado financeiro, chamada de hedge cambial, que tem por objetivo proteger investimentos e negócios internacionais das variações na cotação de moedas estrangeiras como o dólar.

As principais ferramentas usadas para hedge cambial são:

Contrato a termo de moeda (NDF) – é  um contrato negociado com os bancos, que fixam um preço para a cotação que será aplicada para a compra ou venda do produto no futuro.

Fundo cambial – são fundos que destinam 80% dos depósitos em dinheiro em um fundo que fica vinculado às moedas estrangeiras, geralmente dólar, e consegue acompanhar em tempo real as cotações do mercado.

Mercado futuro – é um tipo de operação negociada na bolsa de valores que permite o acompanhamento em tempo real das variações da moeda, sem precisar observar as alterações por meio dos bancos.

Compra e venda – é o ato de comprar (ou vender) um produto cotado em moeda estrangeira no mercado à vista. Essa alternativa permite se proteger o investidor contra a desvalorização (ou valorização) da moeda no futuro, imobilizando no momento presente os valores da cotação no hedge.

Quando é necessário fazer hedge?

Hedge é proteção!

Então, antes de saber qual hedge fazer, é preciso saber por que fazer. Se o investidor sente necessidade de proteger seu patrimônio, o que motiva essa proteção? Está protegendo o patrimônio de quê?

Hedge: aplicar em ouro ou dólar

Todo hedge tem um prazo de vencimento e um custo, por isso, não é indicado, por exemplo, usar hedge em toda transação. Afinal, pode-se perder dinheiro ao contratar o direito de uso, sem estar correndo risco relevante.

Se há insegurança em negociar altos valores em renda variável, o indicado é manter a maior parte do patrimônio em renda fixa, e expor apenas uma porcentagem do capital em que o investidor sinta-se confortável.

No caso de ações, por exemplo, ao adquirir um papel o investidor está se tornando sócio de uma empresa, nesse caso, acredita-se que ele confia no negócio e no seu potencial de crescimento.

Sendo assim, mesmo que haja uma queda repentina de valor, se há confiança na empresa e o seu patrimônio não está todo comprometido, não há porquê o investidor se preocupar em fazer uma hedge e assumir seus custos.

Hedge não é investimento é uma reserva de valor

Reserva de valor tem uma única finalidade: conservar e proteger o patrimônio em um cenário caótico e imprevisível.

Sendo assim, existe uma consideração a se fazer, o cenário em questão é nacional ou é mundial?

Nacional – compra de dólar

Se a necessidade é de proteger o dinheiro da desvalorização do real, por exemplo, então existe a possibilidade de comprar ativos que variem conforme o dólar.

Este processo pode ser feito na própria bolsa de valores brasileira, através de contratos futuros ou compra de papéis da bolsa americana.

É possível ainda realizar a compra de ações estrangeiras através dos BDR’s – Recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira.

Mundial – compra de ouro

No entanto, se o objetivo é proteger o dinheiro e seu portfólio do mundo em geral, uma alternativa de proteção é a diversificação através da compra de ouro.

Tanto o dólar, quanto o ouro têm as oscilações de preço em função da necessidade do mercado global. Quando as perspectivas do mercado mundial são negativas o ouro tende a se valorizar, afinal o ouro é uma garantia física de valor aceita no mundo inteiro.

Uma das maneiras de adquirir ouro é parecido com a compra de ações, acontece na B3 e é por meio de contrato à vista de ouro.  O código dos contratos de ouro na bolsa são OZ1D, que representa uma barra de 250g de ouro, OZ2D representando 10g, e OZ3D representando 0,225g.

É possível também adquirir o ouro físico, existem empresas especializadas nisso. A compra pode ser realizada pela internet.

Podemos não estar no melhor momento para investir, mas certamente essa é uma oportunidade de economizar e avaliar os investimentos além do objetivo de obter lucros e reduzir a exposição ao risco.

Para  sentir-se mais seguro participe do minicurso CONSTRUÇÃO DE RIQUEZA VITALÍCIA.

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Forte abraço,

Equipe Edu Moreira

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Eduardo Moreira
Eduardo Moreira

Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.

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