Mesmo se você não entende muito de economia nem mesmo sobre como investir, provavelmente já sabe que inflação e Selic são índices que influenciam o dia a dia e, consequentemente, os investimentos.
Mas, afinal, qual a relação entre inflação e Selic?
Nos últimos meses estamos acompanhando a queda da Selic. Por que isso acontece? O que isso impacta nos investimentos? E se a inflação ficar maior que a Selic?
Todas essas perguntas serão respondidas neste artigo!
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Qual a relação entre inflação e Selic?
Antes de saber como inflação e Selic impactam a economia e seus investimentos, vamos primeiramente recordar o que é cada uma delas.
A inflação
A inflação é o resultado da variação dos preços no mercado. Essa variação acontece devido a busca por melhorias na qualidade do produto ou serviço, ou por um aumento ou diminuição da demanda.
Enfim, efeitos internos e externos de um negócio fazem com que o preço do produto ou serviço aumente ou diminua. Essa variação em um determinado período de tempo é chamada de inflação.
Se a demanda por algo fica maior do que sua oferta, ou seja, se há mais pessoas querendo comprar do que produtos à venda, há uma pressão pelo aumento dos preços. É a inflação de demanda.
Quando a oferta de algum bem ou serviço diminui, mas sua demanda permanece igual, os preços sobem. Essa é a inflação de oferta.
Sendo assim, o que está por trás da inflação é a variação das forças de oferta e demanda.
A Selic
A taxa Selic é basicamente uma taxa de juros entre os bancos. Todos os dias as pessoas sacam, depositam dinheiro, tomam e pagam empréstimos junto aos bancos.
E devido a essa movimentação de dinheiro ao longo do dia, pode acontecer de no fechamento financeiro, um banco estar com o seu caixa abaixo do volume total de dinheiro que ele precisa para fechar o dia em equilíbrio.
Suponha que o banco A, ao final do dia, esteja com o caixa abaixo do montante mínimo obrigatório.
Quando isso acontece, o banco A pega dinheiro emprestado com o banco B, e usa a taxa Selic como taxa de referência para os juros da operação do empréstimo.
Esse empréstimo é válido por apenas um dia, e no dia seguinte o banco A devolve o valor emprestado com o acrescido dos juros.
Portanto, a taxa usada para calcular os juros dessas operações é a chamada taxa Selic.
O Banco Central determina uma meta para a Selic. E através do preço dos títulos públicos, o BC consegue induzir o aumento ou queda da taxa.
Como essa taxa é usada para calcular os empréstimos mais seguros que existem, que são por meio dos títulos públicos, ela é considerada a taxa básica da economia.
A Selic, assim como a inflação, também varia de acordo com oferta e demanda. Porém, nesse caso, o Banco Central é o responsável pelo controle dessa variação.
Inflação e Selic
A inflação acontece quando há o aumento no preço de produtos e serviços. Quando a economia vai bem, as pessoas consomem mais, aumentando assim a demanda por produtos e serviços em determinados setores.
Além disso, quando a economia vai bem, as pessoas estão mais confiantes e portanto, mais propensas a pegar empréstimos nos bancos para realizar aquisições e gastar ainda mais.
Quando esses gastos aumentam, a inflação também aumenta (para aproveitar a demanda), e nesses momentos, o Banco Central age aumentando mais a taxa Selic.
Essa dinâmica do BC tem o objetivo de promover o aumento colateral dos juros da economia de forma a desestimular o consumo e evitar o aumento descontrolado da inflação.
Atualmente, porém, tem acontecido o contrário. O BC tem reduzido a taxa Selic, para que as taxas de juros também diminuam, a fim de estimular novamente o consumo e o giro de capitais.
Sendo assim, é correto afirmar que a taxa Selic é o principal fator de controle da inflação.
Investimentos atrelados à Selic
A taxa Selic influencia também os investimentos, principalmente os de renda fixa. Atualmente, estamos presenciando um novo cenário na relação entre as taxas de inflação e Selic.
Em dezembro de 2015 a taxa Selic era de 14,25% ao ano, enquanto isso, a inflação do mesmo ano fechou em 10,67%.
A alta da Selic se manteve a fim de controlar a inflação. Sendo assim, quem tinha dinheiro investido atrelado à Selic conseguia um bom retorno.
Já em junho de 2020 a taxa Selic é de 3%, e a meta definida pelo Conselho Monetário Nacional para a inflação é de 4%.
Ou seja, o dinheiro em investimentos atrelados à Selic, como o Tesouro Selic, por exemplo, pode vir a render menos que a inflação.
O que acontece com a inflação maior que a Selic?
A inflação maior que a Selic impacta em seus investimentos? Sim! No entanto, não precisa ser apenas um impacto negativo.
A Selic abaixo da inflação é ruim para investimentos de renda fixa. No entanto, ter dinheiro na renda fixa, valor suficiente para a reserva de emergência é necessário. Afinal, este tipo de investimento garante resgate rápido e ainda rende mais que a poupança.
Além disso, o seu dinheiro render abaixo da inflação ainda é mais positivo do que simplesmente ficar parado em conta corrente e não render nada. Não é mesmo?
Por outro lado, a inflação mais alta que a taxa Selic beneficia o comércio varejista e incentiva o consumo, afinal, as pessoas pensam menos em investir e mais em gastar.
Se você é um investidor mais arrojado, pode pensar em outras alternativas de investimentos mais voltadas para o setor de consumo, por exemplo.
Ou seja, a relação inflação e Selic tenderá sempre a impactar seus investimentos pois são indicadores relevantes para o mercado.
No entanto, é preciso saber o que você busca e quais são os seus objetivos como investidor para encontrar alternativas que beneficiam a sua construção de patrimônio.
Sempre é tempo de cuidar do seu dinheiro com responsabilidade
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Equipe Edu Moreira
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Eduardo Moreira
Eleito um dos três melhores economistas do Brasil pela Revista Investidor Institucional, Eduardo Moreira foi apontado pela Universidade da Califórnia como o melhor aluno do Curso de Economia nos últimos 15 anos. Autor de diversos best-sellers, Eduardo foi o primeiro brasileiro a ser condecorado pela rainha Elizabeth II no Castelo de Windsor, em junho de 2012.
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